quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Biblioteca Nacional da França


Essa foi a proposta do francês Dominique Perrault para a Biblioteca Nacional da França, situada em Paris. Onde o arquiteto propõe basicamente quatro prédios em forma de “L” voltados para um pátio interior gerado através da implantação dos edifícios, que fazem referencia a quatro livros abertos, uma forma bem interessante de tratar a arquitetura para tal programa, uma biblioteca. Cada torre recebeu um nome, são eles: Torre das Cartas, Torre dos números, Torre das Leis e Torre dos Tempos, uma forma que o arquiteto achou para ajudar a separar e organizar os mais de 14 milhões de livros que compõem o acervo da biblioteca.
A pedido do então presidente, François Mitterrand, homem que mudou a cara de Paris, sendo responsável pelas grandes obras e planos da cidade, foi anunciado em 1988, a construção e a expansão da biblioteca, que foi aberta ao publico em 1995.

O projeto é belíssimo, é simples, em relação a sua forma, para quem ve de fora, ou de longe, ve apenas os “quatro grandes livros abertos” mas é quando chegamos perto e passeamos por entres estes livros que percebemos as questões tratadas pela proposta de Dominique Perrault.

Esta localizado as margens do rio Sena, e seu acesso se da por uma ponte, ou melhor dizendo uma passarela pois só circulam pedestres, que atravessa o rio, saindo do parque Bercy, mais um dentre os lindos parques franceses, chegando ao outro lado nos deixando a frente da biblioteca, onde nos deparamos com um maravilhoso jogo de degraus, uma enorme escadaria que percorre todo o perímetro do projeto elevado do nível do rio, para que ficasse nivelado com o outro lado por onde passam algumas linhas de trem de Paris. Com essa elevação Perrault conseguiu então ter altura suficiente para fazer uma abertura no centro do terreno, entre os 4 edifícios, ele cavou os andares e fez um grande jardim externo e completamente aberto, dando completa ligação com o interior, uma forma excelente de se fazer a conexão e o tratamento da complexa questão do ambiente externo com o interno. Percebe-se que o projeto é pensado tanto de dentro para fora como de fora para dentro.

Não tem como ir a Paris e deixar de ir passar para conhecer e sentir as sensações que este projeto nos causa, é possível de se entender o que é uma boa arquitetura, algo bem feito, bem pensado, entender o tratamento de questões complexas, ou simples gestos que nos remetem a natureza, ou a objetos. A arquitetura tem sempre o poder de nos encantar com lindas imagens, claro, a arquitetura é extremamente fotogénica, mas não há nada igual a ver uma obra de perto, e poder tocar, de fato poder sentir, com nossos cinco sentidos o que esta por trás de tanto trabalho. Poder sentir…. exatamente assim, que para mim deve ser, não basta entender, olhar, gostar, criticar, a arquitetura deve ser acima de tudo, sentida… 


Site da biblioteca: http://www.bnf.fr/fr/acc/x.accueil.html
Fonte: http://arquitetodepassagem.blogspot.com/2010/06/biblioteca-da-franca.html

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